A convite do Grupo de Estudos História da África (GEHA), dos departamentos de História e de Letras da Puc-Rio, o Magnífico Reitor da UniLúrio, Prof. Doutor Francisco Noa, visitou na última quarta-feira (14 de Novembro) àquela instituição de ensino superior brasileira, onde proferiu uma palestra que teve como tema: O telúrico e o mar: Moçambique entre a concentração e a dispersão identitária.

Foi um evento bastante concorrido e contou com um público maioritariamente composto por estudantes de diferentes níveis e professores das áreas de História e Literatura com interesses de pesquisa em África e não só. Na sua brilhante intervenção, Francisco Noa, começou por fazer uma breve alusão ao surgimento da literatura africana com particular destaque para a moçambicana, fazendo menção, obviamente, alguns nomes mais sonantes como José Craveirinha, entre outros. Nesta época, a principal característica da poesia, era a auto afirmação e exaltação da mãe África a partir de uma perspectiva telúrica.
 
Num outro desenvolvimento, o palestrante fez referência a uma nova perspectiva de produção literária que, diferentemente dos seus primórdios, em que se exaltava a terra, passa a exaltar-se o mar, tomando como referência um dos trabalhos do renomado escritor moçambicano Rui Knofli, intitulado - Hidrografia. “Transitamos de uma identidade sólida para uma identidade líquida”, disse Noa.

Por este carácter dualista da literatura africana, Professor Noa comparou-a com um anfíbio, que tem a capacidade de sobreviver na terra assim como na água.

A visita serviu igualmente para estreitar os laços de cooperação entre aquela Universidade brasileira e a UniLúrio.

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